Debate no RioMarket sobre os filmes que devemos fazer
No início da segunda semana do RioMarket 23, o debate sobre “Que filmes devemos fazer?” trouxe muitas discussões e perspectivas sobre o audiovisual brasileiro. Leonardo Edde, presidente do Sindicato da Indústria Audiovisual (SICAV), iniciou a conversa afirmando que a luta político estratégica prevalecerá no cinema brasileiro para que consigamos resultados cada vez mais expressivos. Ele afirmou que nosso mercado é de volume e, em cima disso, levantou o questionamento de como encontrar equilíbrio entre alcançar o máximo de público e ter histórias relevantes.
Felipe Lopes, diretor da Vitrine Filmes, disse que pensa a variedade de público e de conteúdo. O público consome obras diversas e é preciso encontrar os nichos e ter consciência de quem consome cada tipo de filme. Julio Uchoa, CEO da Ananã Produções, afirmou que o resultado de um filme é inesperado. Luiz Noronha, CEO da A Fábrica, complementou que não existe fórmula para conseguir um determinado resultado com um filme.
Walkiria Barbosa, diretora-executiva do RioMarket e do Festival do Rio, ressaltou a importância da produção trabalhar em conjunto com a distribuição para garantir sucesso com os filmes. Ela disse que todo filme pode ser um sucesso se tiver o marketing necessário para divulgá-lo. Leonardo Edde pontuou que precisamos nos libertar do dilema de fazer filmes comerciais, porque esse pensamento é equivocado. A divisão entre filme autoral e filme comercial deve ser abolida para que possamos focar em fazer, de modo geral, filmes relevantes.
Os palestrantes dissertaram sobre a importância das políticas públicas para que consigamos atingir mais pessoas e diversificar nossas histórias. Roberto D’ávila, CEO da Moonshot Pictures, trouxe o dado de que o Brasil está em primeiro lugar no ranking de desigualdade mundial. Ele afirmou que o cinema é uma ferramenta poderosa capaz de impactar as pessoas e, portanto, devemos utilizá-la para debater assuntos e tentar mudar o país. Felipe Lopes ressaltou que estamos em um lugar de privilégio, o Rio de Janeiro e, para conseguirmos as mudanças que almejamos, precisamos dar às minorias iguais condições de disputa.